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Filmes Cult: Uma Jornada pelo Cinema Alternativo

Você já assistiu a um filme que te marcou profundamente, que te fez pensar sobre a vida, que te surpreendeu com sua originalidade, que te desafiou com sua complexidade? Se sim, é provável que você tenha assistido a um filme cult.

Os filmes cult são aqueles que fogem do padrão dos filmes comerciais, que têm uma proposta artística diferenciada, que abordam temas polêmicos ou incomuns, que geram reações intensas nos espectadores. Eles são chamados assim porque são cultuados por um grupo de fãs fiéis, que se identificam com o estilo e a mensagem desses filmes.

Mas o que faz um filme ser considerado cult? Quais são as características que definem esse tipo de cinema? Quem são os diretores que se dedicam a fazer filmes cult? Quais são os gêneros mais populares entre os filmes cult? E por que eles são tão importantes para a história e a evolução do cinema?

Neste artigo, vamos responder essas perguntas e fazer uma jornada pelo universo dos filmes cult. Vamos conhecer a origem desse termo, os principais exemplos de cada época, os cineastas mais influentes, os admiradores mais apaixonados e a importância desses filmes para a cultura e a sociedade. Vamos lá?

A origem dos filmes cult

Image from the movie
© 1958 Hammer Film Productions − All right reserved.

O termo “filme cult” surgiu na década de 1950, nos Estados Unidos, para se referir aos filmes que tinham um público fiel e entusiasmado, mas que não eram bem recebidos pela crítica ou pelo grande público. Esses filmes eram exibidos em sessões especiais, em cinemas alternativos ou em clubes de cinema, onde os fãs podiam discutir e apreciar as obras.

Um dos primeiros filmes considerados cult foi O Vampiro da Noite (1958), de Terence Fisher, uma produção britânica de terror que recriou a história do Conde Drácula com muito sangue e erotismo. O filme foi censurado em vários países, mas conquistou uma legião de admiradores que se fascinaram com a atmosfera gótica e a interpretação de Christopher Lee.

Outro exemplo de filme cult da época foi Planeta Proibido (1956), de Fred M. Wilcox, um dos primeiros filmes de ficção científica a usar efeitos especiais avançados e a explorar temas como inteligência artificial, psicologia e filosofia. O filme foi um fracasso de bilheteria, mas se tornou um clássico cult por sua influência em obras posteriores, como Star Trek e Star Wars.

Os filmes cult também se relacionam com os movimentos artísticos e políticos de cada época. Por exemplo, na década de 1960, os filmes cult refletiram o espírito contestador e libertário da contracultura, com obras como Sem Destino (1969), de Dennis Hopper, que retratou a viagem de dois motoqueiros pelo interior dos Estados Unidos, em busca de liberdade e aventura.

Na década de 1970, os filmes cult expressaram o desencanto e a crítica à sociedade americana pós-guerra do Vietnã, com obras como Taxi Driver (1976), de Martin Scorsese, que mostrou a jornada de um veterano de guerra que se torna um justiceiro solitário nas ruas de Nova York.

Na década de 1980, os filmes cult refletiram o avanço da tecnologia e da globalização, com obras como Blade Runner (1982), de Ridley Scott, que apresentou uma visão distópica do futuro, onde humanos convivem com androides em uma metrópole superpovoada e poluída.

Os gêneros dos filmes cult

Os filmes cult podem pertencer a diversos gêneros cinematográficos, mas alguns se destacam por abrigar mais obras desse tipo. Isso se deve ao fato de que esses gêneros permitem uma maior liberdade criativa, uma maior experimentação estética e uma maior abordagem de temas variados e controversos.

Um dos gêneros mais populares entre os filmes cult é o terror. Os filmes de terror exploram o medo, o suspense, o sobrenatural, o grotesco e o macabro, provocando reações fortes nos espectadores. Alguns exemplos de filmes cult de terror são: A Noite dos Mortos-Vivos (1968), de George A. Romero, que inaugurou o subgênero dos zumbis; O Massacre da Serra Elétrica (1974), de Tobe Hooper, que chocou o público com sua violência gráfica; O Iluminado (1980), de Stanley Kubrick, que criou uma atmosfera perturbadora em um hotel isolado; Evil Dead (1981), de Sam Raimi, que misturou humor negro e gore em uma cabana assombrada; Hellraiser (1987), de Clive Barker, que apresentou um universo sombrio habitado por criaturas demoníacas.

Outro gênero muito frequente entre os filmes cult é a ficção científica. Os filmes de ficção científica exploram as possibilidades da ciência, da tecnologia, do espaço e do tempo, estimulando a imaginação e a reflexão dos espectadores. Alguns exemplos de filmes cult de ficção científica são: 2001: Uma Odisseia no Espaço (1968), de Stanley Kubrick, que abordou temas como evolução humana, inteligência artificial e vida extraterrestre; Solaris (1972), de Andrei Tarkovsky, que retratou a relação entre um psicólogo e um planeta vivo; Matrix (1999), de Lana e Lilly Wachowski, que questionou a realidade e a liberdade em um mundo dominado por máquinas; Donnie Darko (2001), de Richard Kelly, que envolveu viagens no tempo, universos paralelos e um coelho sinistro.

Image from the movie
© 2001 Flower Films − All right reserved.

Um terceiro gênero muito comum entre os filmes cult é a comédia. Os filmes de comédia exploram o humor, a ironia, a sátira, o absurdo e o nonsense, divertindo e criticando os espectadores. Alguns exemplos de filmes cult de comédia são: Monty Python em Busca do Cálice Sagrado (1975), de Terry Gilliam e Terry Jones, que parodiou os filmes de cavalaria medieval; Apertem os Cintos… O Piloto Sumiu! (1980), de Jim Abrahams, David Zucker e Jerry Zucker, que fez uma sátira dos filmes de desastre aéreo; Um Peixe Chamado Wanda (1988), de Charles Crichton, que mostrou as trapalhadas de uma quadrilha de ladrões; O Grande Lebowski (1998), de Joel e Ethan Coen, que acompanhou as aventuras de um desocupado que se envolve em uma confusão por causa de seu nome; Borat (2006), de Larry Charles, que retratou as peripécias de um jornalista do Cazaquistão nos Estados Unidos.

Os diretores dos filmes cult

Além dos gêneros, outra forma de classificar os filmes cult é pela autoria dos diretores. Muitos cineastas se destacam por fazer filmes cult, por terem uma visão pessoal e estética que se diferencia dos padrões do cinema comercial. Esses diretores são chamados de autores, pois imprimem sua marca em suas obras, seja pelo roteiro, pela direção, pela fotografia, pela montagem ou pela trilha sonora.

Um dos diretores mais famosos por fazer filmes cult é David Lynch. Ele é conhecido por seus filmes surrealistas, que misturam sonho e realidade, criando narrativas complexas e enigmáticas. Alguns de seus filmes cult são: Veludo Azul (1986), que revelou os segredos obscuros de uma pequena cidade americana; Cidade dos Sonhos (2001), que contou a história de uma aspirante a atriz em Hollywood; Império dos Sonhos (2006), que mostrou as alucinações de um homem em coma.

Outro diretor muito renomado por fazer filmes cult é Quentin Tarantino. Ele é famoso por seus filmes violentos, que homenageiam e subvertem diversos gêneros cinematográficos, como o western, o policial, o kung fu e o terror. Alguns de seus filmes cult são: Pulp Fiction (1994), que entrelaçou várias histórias de criminosos em Los Angeles; Kill Bill (2003-2004), que narrou a vingança de uma assassina profissional contra seus antigos colegas; Bastardos Inglórios (2009), que reescreveu a história da Segunda Guerra Mundial.

Um terceiro diretor muito aclamado por fazer filmes cult é Tim Burton. Ele é conhecido por seus filmes fantásticos, que combinam humor negro, romance gótico e imaginação visual. Alguns de seus filmes cult são: Edward Mãos de Tesoura (1990), que contou a história de um jovem artificial que se apaixona por uma garota humana; O Estranho Mundo de Jack (1993), que mostrou a aventura de um rei do Halloween que decide invadir o Natal; A Noiva-Cadáver (2005), que retratou o romance entre um noivo vivo e uma noiva morta.

Os fãs dos filmes cult

Os filmes cult não seriam cult sem os seus fãs. Os admiradores dos filmes cult são aqueles que se identificam com o estilo e a mensagem desses filmes, que os assistem repetidas vezes, que os analisam profundamente, que os discutem apaixonadamente. Eles são os responsáveis por manter vivos esses filmes, por divulgá-los e por criarem suas próprias interpretações.

Os fãs dos filmes cult se organizam de várias formas para interagir com esses filmes. Eles frequentam sessões especiais em cinemas alternativos ou em festivais de cinema, onde podem assistir aos filmes em tela grande e trocar impressões com outros fãs. Eles também participam de fóruns, blogs, podcasts e redes sociais, onde podem compartilhar suas opiniões, teorias, curiosidades e referências sobre os filmes. Eles ainda colecionam DVDs, livros, revistas, pôsteres, camisetas e outros objetos relacionados aos filmes.

Uma das formas mais interessantes de interação dos fãs com os filmes cult é a participação ativa nas exibições. Alguns filmes cult estimulam os fãs a se vestirem como os personagens, a cantarem as músicas, a recitarem os diálogos, a jogarem objetos na tela e a fazerem comentários durante o filme. Um exemplo clássico desse tipo de interação é o filme The Rocky Horror Picture Show (1975), de Jim Sharman, um musical de terror que se tornou um fenômeno cult por suas sessões interativas em todo o mundo.

A importância dos filmes cult

Os filmes cult são importantes para o cinema por vários motivos. Eles contribuem para a diversidade e a inovação no cinema, pois oferecem alternativas aos filmes comerciais, que muitas vezes seguem fórmulas repetitivas e previsíveis. Eles também provocam reflexões e debates sobre questões relevantes para a cultura e a sociedade, pois abordam temas polêmicos, controversos ou incomuns. Eles ainda inspiram novos cineastas e espectadores, pois mostram que é possível fazer cinema com criatividade, originalidade e personalidade.

Os filmes cult são uma forma de expressão artística que desafia as convenções e as expectativas do público. Eles são uma forma de resistência cultural que questiona os valores e as normas da sociedade. Eles são uma forma de entretenimento inteligente que estimula a imaginação e a emoção dos espectadores.

Conclusão

Neste artigo, fizemos uma jornada pelo cinema alternativo dos filmes cult. Vimos o que são os filmes cult e por que eles são importantes para o cinema. Vimos como os filmes cult se diferenciam dos filmes comerciais e quais são os principais elementos que caracterizam um filme cult. Vimos como os filmes cult se relacionam com os movimentos artísticos e políticos de cada época. Vimos quais são os principais gêneros que abrigam os filmes cult e quais são os exemplos mais famosos de cada gênero. Vimos quem são os cineastas que se destacam por fazer filmes cult e quais são as obras mais emblemáticas de cada diretor. Vimos quem são os admiradores dos filmes cult e como eles se organizam e interagem com esses filmes.

Esperamos que você tenha gostado deste artigo e que ele tenha despertado o seu interesse pelos filmes cult. Se você é um fã desses filmes, aproveite para rever seus favoritos ou descobrir novos títulos. Se você é um iniciante nesse universo, aproveite para assistir aos filmes que indicamos ou buscar outras recomendações. O importante é que você se divirta e se surpreenda com esses filmes que marcam a história do cinema.

E você, qual é o seu filme cult preferido? Por quê? Compartilhe sua opinião nos comentários abaixo! 😊